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Foto do escritorJoão Casas

O Imperador do Brasil e seu prestígio nos Estados Unidos da América



Presidente Ulysses Grant e Dom Pedro II na abertura da Exposição Universal na Filadélfia, Estados Unidos em 1876. Gravura da Imprensa Norte Americana.


Raros estrangeiros, e certamente nenhum outro chefe de Estado, desfrutou nos Estados Unidos, como D. Pedro II, uma tão grande popularidade e foi acolhido ali com tão expressivas provas de respeito, e mesmo de amizade.


Não somente nos meios oficiais, políticos, intelectuais e outros, como igualmente na massa do povo, nas camadas mais modestas. O entusiasmo pelo Imperador era enorme. Talvez ele tenha sido o visitante estrangeiro mais popular nos Estados Unidos. Qualquer coisa que ele fizesse tinha interesse. As pessoas ficavam fascinadas pelas suas qualidades. A American Geographical Society organizou uma reunião especial, com a presença de D. Pedro II. Na saudação, Bayard Taylor afirmou: “Nunca esteve entre nós um estrangeiro que, após três meses de permanência, pareça ao povo americano tão pouco estrangeiro e tão amigo quanto D. Pedro II”.


O jornal “North American” comentou: “Nenhum governante, de nenhum país, tanto como homem quanto como governante, jamais teve tantos méritos diante dos Estados Unidos quanto D. Pedro II”. O Imperador percorreu cerca de 15.000 quilômetros dentro dos Estados Unidos. Os políticos não perderam a oportunidade do exemplo para se fustigarem mutuamente, e um editor afirmou: “Quando ele voltar ao Brasil, estará conhecendo mais os Estados Unidos do que dois terços dos membros do Congresso”.


Em Baltimore, assistiu à “Dama das Camélias” no Teatro Opera Ford. Desde então, o camarote que ocupou passou a se chamar “camarote imperial”. No dia 4 de julho de 1876, festa do centenário da independência americana, D. Pedro II se encontrava nos Estados Unidos, porém em caráter particular, como fazia durante as suas viagens. Estava programado um espetáculo de gala, do qual participariam o presidente Ulysses Grant e toda a representação do mundo oficial.


Ao hotel em que estava hospedado como “D. Pedro de Alcântara”, foi-lhe enviado um convite para assistir à solenidade no camarote do presidente americano. D. Pedro agradeceu e devolveu, dizendo que não estava ali como Imperador, portanto não podia aceitar, mas que iria em caráter particular. E foi. Mas o mestre de cerimônias o conduziu a um camarote “particular”, vizinho ao do presidente.


Quando D. Pedro apareceu no seu lugar, em companhia da Imperatriz, correu-se a cortina que separava os dois camarotes, e ele se viu ao lado do presidente, no mesmo camarote. Desfraldaram-se nesse momento, unidas, a bandeira americana e a brasileira. Logo depois a banda entoou o hino brasileiro, e uma multidão entusiástica, de pé, saudou com prolongadas palmas e vivas o nosso Imperador.


Tão grande era a admiração dos americanos pelo nosso Imperador, que nas eleições presidenciais de 1877 ele recebeu, só em Filadélfia, mais de 4.000 votos espontâneos. Do Grupo: Príncipe D. Bertrand de Órleans e Bragança - Família Real Brasileira



FONTES HEITOR LYRA - História de Dom Pedro II - EDUSP/Itatiaia, SP, 1977, 3 vol. MARY WILHELMINE WILLIAMS - Dom Pedro the Magnanimous - Univ. North Carolina, Chapel Hill, 1937, 414 p. LÍDIA BESOUCHET - Exílio e Morte do Imperador - Nova Fronteira, RJ, 1975, 466 p. BERTITA HARDING - O Trono do Amazonas - José Olympio, RJ, 1944, 324 p. MANFREDO LEITE - Saudades - O Livro, SP, 1922, 62 p. SEBASTIÃO PAGANO - Eduardo Prado e Sua Época - O Cetro, SP, 1960, 286 p.


Via "O Império das Américas" https://bit.ly/2SArccR

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